31 de mai. de 2010

Verde-amarelismo

Calçadas enfeitadas, asfalto colorido e almas pintadas. Todos pela mesma tinta, pelo mesmo espírito verde amarelo. A união de toda uma nação como uma família, dividindo todas as felicidades e angústias.

Assim estávamos, nós brasileiros, com os nervos à flor da pele e o coração na boca naquela final da Copa do Mundo. A cidade estava em silêncio. Não se ouviam carros e o movimento na rua era nulo. Apenas gritos de apaixonados pelas jogadas ressoavam por entre os prédios e ecoavam de uma forma a criar a impressão de que até a própria cidade, formada por seu denso concreto, confraternizava o sentimento de seus habitantes.

Aquele período de tensão constituído por longos noventa minutos chegava ao fim. Mas nada de uma explosão de alegria, nada de o chão tremer e o silêncio ser destruído.

De repente, a bola balançou a rede e o silêncio se tornou ainda maior. Tudo se tornou cinza. As calçadas perderam seus enfeites e o asfalto suas cores. Só as almas continuavam verdes, verdes como a mais pura esperança. Infelizmente não houve retorno.

Naquele ano de 2006 a nação alegre e batalhadora havia sido derrotada e a tristeza reinou por algum tempo, pelo menos até que a tinta verde e amarela recobrasse sua cor no meu coração e no de toda a nação.


by Driko

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